Surf. Nós e nós mesmos.


Enfrentar novos desafios dá sempre aquele friozinho na barriga.

Primeiro vem a insegurança e, depois de alcançado o bom resultado, uma sensação de liberdade e de dever cumprido.

Quem sobe numa prancha de surf, no início, quer se integrar com o mar, sentir a brisa, a água salgada, as ondas fortes... Mas depois descobre que não é só isso. É mais. É entrar em contato consigo mesmo e saber que o equilíbrio, a força e a imensidão, na verdade, estão dentro.

Encontrar o self realmente pode provocar medos, mas também possibilita uma nova descoberta a cada dia. Uma descoberta que só é possível, no interior.

E talvez é por isso que os surfistas estampam um sorriso enorme assim que saem do mar. Porque acabam de conhecer um novo ser. O mar faz essa conexão. Entre nós e nós mesmos.

"Sou uma filha da natureza:
quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo,
de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser.
E deixo que você seja. Isso lhe assusta?
Creio que sim. Mas vale a pena.
Mesmo que doa. Dói só no começo."
(Clarice Lispector)
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