Fotos: everTTon momberg
Texto: Lucianna Campinhos
Num dia de sol, o shopping a céu aberto vira um formigueiro de gente. Uns vindo, outros já indo... Comerciantes vendendo para outros comerciantes que estão ali em busca do produto ideal para levar a outras cidades de São Paulo e também outros Estados. Mesmo com um calor danado, ninguém parece se incomodar. Aliás, ali a frase ‘tempo é dinheiro’ encontra o real sentido mesmo!
Na famosa 25 de março e ruas ao redor há centenas de lojas com tudo o que precisar. Bijuterias, roupas, calçados, produtos para casa. Sem contar os ambulantes que te abordam a todo o momento nas calçadas – claro, eles também querem garantir o sustento!
Diversas tribos num único lugar. Senhoras já de idade, nordestinos, estrangeiros...
Por falar em estrangeiros, o local é hoje dominado por chineses. Mas antes os imigrantes eram outros. Como sêo Jacob Mauad, que em 1954 veio do Líbano para o Brasil. Cozinheiro de primeira, veio para cá com a ideia de transformar a habilidade num negócio lucrativo. Por que não ganhar dinheiro, alimentando brasileiros e patrícios? E foi ali, na 25, que ele montou o primeiro comércio. Depois o restaurante mudou-se para a Abdo Schain na mesma região.
Hoje a família já tem outras lojas espalhadas por diversos pontos da capital. Inúmeros clientes fiéis encontram boa comida com um saboroso tempero libanês. Nós provamos as receitas tradicionais como arroz com lentilha, sfiha e quibe frito acompanhados da deliciosa coalhada seca. Todas as receitas foram passadas aos filhos e também aos cozinheiros.
Para o filho Tony, o pai, que ensinou mais de 40 pratos típicos, também deixou outro legado. Amar São Paulo. “A 25 de março é a minha vida.”
Assim ele mostra que aprendeu o que o pai quis passar. O centro de São Paulo é colorido, moderno como sempre e rico.